"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o".

Buda



Reflexão da Semana

A vida só pode ser entendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida olhando-se para frente.

S. Kierkegaard

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PSICOPATIA


A Psicopatia, também conhecida como Sociopatia, tem sido associada ao protótipo do assassino em série, porém, nem todos os assassinos são psicopatas e nem todos os psicopatas chegam a ser assassino, ou mesmo fisicamente violentos!
Importa desmistificar esta ideia, porque podemos estar a lidar diariamente com um psicopata, sem termos a noção que aquela pessoa está realmente doente e que afinal, todas as intrigas, confusões, desacatos, mentiras e mau-estar causados pelo mesmo, não são apenas fruto de “mau feitio”. Há pessoas que só se apercebem que têm lidado de perto com um psicopata, momentos antes de uma fatalidade lhes acontecer, nomeadamente o seu homicídio.
Embora esta doença seja mais comum no homens, também é possível encontrar mulheres sociopatas.
Os primeiros sinais começam a tornar-se mais evidentes a partir dos 15 anos de idade, embora se possam reconhecer algumas atitudes que apontem neste sentido em idade mais tenra. Eis então os sintomas principais que um psicopata apresenta:
Ausência de Culpa: Nunca sente arrependimento, nem remorsos. Os outros é que são os culpados de tudo o que acontece de mal e vive com a certeza absoluta que nunca erra, nem errou. Não teme a punição por ter a certeza que tudo o que faz tem um propósito benéfico, (para ele, claro!), embora tenha a noção de que os seus actos são anti-sociais.
Quando é denunciado, recusa a reabilitação ou qualquer tratamento e na impossibilidade de fugir, simula uma mudança de carácter, para mais tarde voltar aos padrões comportamentais que lhe são característicos e até, vingar-se de quem o tentou ajudar!
Mestres da Mentira: Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num só conceito pelo qual regem o seu mundo. São capazes de contar uma mentira como se estivessem a descrever detalhadamente uma situação real. Não mentem apenas para fugirem de uma situação constrangedora, mas pura e simplesmente porque não sabem viver sem mentir.
Manipulação e Egoísmo: Não tem a noção de bem comum. Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus objectivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não reconhece a dor que provoca nos outros e por isso, usa as pessoas como peões, objectos que pode pôr e dispor conforme lhe convêm. Manifesta facilidade em lidar com as palavras e convencer as pessoas mais vulneráveis a entrarem no “jogo” dele.
Querem controlar todos os relacionamentos, impedindo que familiares e amigos confraternizem paralelamente, sem a sua presença. Para tal recorrem as esquemas, intrigas e claro, ao seu charme para se fingir amigo.
Inteligência: O QI costuma ser acima da média. Há casos de psicopatas que conseguem passar por médicos, advogados, professores, etc, sem nunca terem frequentado uma universidade! São peritos no disfarce, excelentes auto-didactas e fazem-no na perfeição.
- Ausência de Afecto: Não são pessoas afectuosas com o próximo e enquanto pais, não são do género de “dar colo” aos filhos. Usam os filhos como “marionetas”, em função dos seus próprios interesses, não respeitando as suas escolhas, quer a nível pessoal, quer profissional! Baseia os seus “métodos educativos” na humilhação e chega a ser totalmente negligente para com os seus.
Impulsivo: Devido ao défice do superego, não consegue conter os seus impulsos, podendo cometer toda a espécie de crimes, friamente e sem noção de culpa. Costuma fintar até o teste do polígrafo, porque o seu ritmo cardíaco não se altera quando profere mentiras e nem quando comete crimes.
Isolamento: Gostam de viver sós e quando vivem com outros, querem liderar o grupo, mesmo que para isso destrua uma família inteira.
Existem mais sintomas que denunciam a Psicopatia e, após a leitura deste texto, até pode ser que reconheça alguns destes sinais em familiares seus e pessoas que lhe são próximas.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

MITRAISMO , TIRE SUA CONCLUSÃO.

"ELE"
1. Nasceu numa manjedoura no dia 25 de dezembro e foi venerado por humildes pastores;
2. Celebrou uma Santa Ceia,junto com 12 discípulos, antes de voltar à casa do Pai;
3. Ascendeu ao Céu de onde prometeu voltar no fim dos tempos para o Juízo Final;
4. Garantiu a vida eterna a quem se batizasse.


Estamos falando de Cristo?

Absolutamente não!


Estas são apenas algumas das peculiaridades do deus Mitra, cujo culto, começado na Pérsia não menos de 4000 anos atrás, difundiu-se em todo o território do Império Romano chegando a ser uma das religiões mais bem sucedidas (mais popular que o próprio cristianismo) durante quase quatro séculos seguidos.
Como atestam os antigos textos em sânscrito (1400 a.C.), na religião dos antigos Persas, Mitra (ou Mithras da palavra mihr, sol) era considerado um anjo inferior a Ormuzd, o Ser Supremo, mas superior ao deus Sol. Durante o período védico do hinduísmo Mitra (associado a Varuna) era o deus da criação, da ordem universal e da amizade. Os Magos afirmavam que existia uma Trindade formada por Mitra (o sol espiritual, o Sol Dominus Invictus dos Romanos), Ormuzd e Ahriman.
Mitra era onissapiente, inimigo da escuridade e do mal, deus das vitórias militares. Protetor dos justos, agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo. Ele encarnou-se para viver entre os homens e enfim morreu para que todos fossem salvos. Os fiéis comemoravam a sua ressurreição durante cerimônias onde eram proferidas as palavras: "Aquele que não irá comer o meu corpo e beber o meu sangue, assim que ele seja em mim e eu nele, não será salvo" Mitra era tido como Logos (a Palavra) e a purificação mediante o batismo era necessária para obter a vida eterna. Existiam sete níveis de iniciação, cada um coligado a um planeta: Corax (Mercúrio), Nymphus (Vênus), Miles (Marte), Leo (Júpiter), Perses (Lua), Heliodromos (Sol) e, enfim, Padre (Saturno). Assim como entre os Essênios, os iniciados de grau inferior (os aprendizes: Corax e Nymphus) tinham que servir os iniciados de nível superior: os companheiros (Miles e Leo), os mestres (Perses e Heliodromos) e o venerando Padre.
O mitraísmo que entrou no Império Romano era uma mistura de mitraísmo persa, astrologia babilônica e mistérios gregos. Os primeiros contatos entre o mundo romano e mitraístas persas datam do I século antes de Cristo, como atesta uma epígrafe de Antíoco I de Comagene (69-34 a.C.) encontrada na Ásia Menor. Sabe-se, também, que adoradores de Mitra já existiam em Roma na época de Pompeu (67 a.C.) quando, de acordo com o historiador Plutarco, tropas desse triúnviro descobriram os "rituais secretos" de prisioneiros capturados na Cilícia (a terra de São Paulo). Entretanto os restos mais antigos do culto de Mitra no território do Império Romano foram encontrados na cidade de Carnuntum (próxima do Rio Danúbio). Uma legião romana, a XV Apollinaris, foi enviada de Carnuntum à Ásia para combater contra Judeus e Persas e, quando regressou, construiu um templo consagrado a Mitra.
Em Roma surgiram mais de 700 templos dedicados a esse novo deus e mais ainda foram construídos na cidade de Óstia. Todavia o culto foi oficialmente aceito no Império só a partir do fim do segundo século e alcançou o apogeu de sua popularidade no terceiro século da nossa era. Como para os cristãos, entre os fâmulos de Mitra não havia discriminação social mas, enquanto os primeiros pertenciam principalmente à pequena burguesia urbana, o mitraísmo essencialmente mostrava-se difuso entre três classes: os mercantes, os escravos e os militares. Sendo os soldados destacados ao longo das compridas fronteiras imperiais, restos desse antigo culto foram encontrados em abundância onde existiam guarnições e fortes romanos.
O culto de Mitra era uma religião misteriosa e simbólica; as mulheres ficavam excluídas das formas exteriores e regulares da liturgia. Muitos elementos de sua organização lembram os da moderna Maçonaria. Os templos subterrâneos reproduziam o firmamento enquanto a arte mitraísta insistia na representação de corpos celestes (o zodíaco, os planetas, o sol, a lua e as estrelas) como também da serpente, do cão, do corvo, do escorpião (todas constelações do hemisfério boreal) e da árvore. Sempre foi uma religião privada que jamais recebeu verbas públicas, sendo os templos de Mitra singelos e despidos daquela ostentação que caracterizava as basílicas paleo-cristãs.
Se por um lado esse culto, devido sua grande tolerância em relação aos outros credos, nunca foi perseguido, por outro lado nunca gozou da propaganda resultante de persecuções recorrentes. A história de Mitra principia com o Demiurgo (Ahriman) oprimindo a humanidade. Apiedado, Mitra encarnou-se no dia 25 de dezembro, data que na antiguidade correspondia ao solstício de inverno. Ele nasceu de uma rocha e pregou numa caverna (também Jesus veio ao mundo numa gruta) porém, segundo a mitologia persa, Mitra fora generado por uma virgem denominada "Mãe de Deus". Durante sua vida terrena Mitra manteve-se casto, pregou a irmandade universal e operou inúmeros milagres. Outrossim, o acontecimento mais marcante foi a luta simbólica de Mitra contra o touro sagrado (ou touro equinocial) que ele derrotou e sacrificou (tauroctonia) em prol da humanidade. Todavia, como nos antigos textos persas o próprio Mitra era o touro, a tauroctonia adquire o dúplice significado de vitória sobre o mundo terreno e de auto-sacrifício da divindade a fim de redimir o gênero humano de seus pecados. Em época romana o touro podia ser trocado por um carneiro, sendo assim este animal o objeto do sacrifício, conforme à tradição judaica e cristã. O apologista cristão Tertuliano afirma que os sequazes de Mitra eram batizados com borrifos de sangue do touro (ou do carneiro) e, finalmente, purificados com água.
No sétimo século a Igreja católica tentou, sem êxito, de suprimir a representação de Cristo como carneiro, justamente por ser esta uma imagem de origem pagã. São Justino Mártir atesta que existia uma eucaristia de Mitra onde os fiéis compartilhavam pequenos pães redondos e água consagrada simbolizando, respectivamente, a carne e o sangue do deus encarnado. Este ritual, que ocorria aos domingos (dia da semana consagrado ao Sol), era chamado Myazda e correspondia exatamente à missa dos cristãos. Mitra não morria fisicamente, mas apenas simbolicamente e, como divindade solar, ressuscitava todo ano. Cumprida a missão terrena, ele jantava pela derradeira vez com seus discípulos e subia ao Céu. Seus adeptos tinham que jejuar freqüentemente e, após terem recebido um marco na testa (no nível Miles, soldados), passavam a ser chamados "Soldados de Mitra".
No início do IV século o imperador Constantino apoiou-se às religiões emergentes: o cristianismo e os cultos solares, ou seja o de Apolo (popular entre os Celtas) e o de Mitra, extremamente difuso na parte Ocidental do Império onde, ao contrário, os cristãos ainda eram minora. De forma alguma Constantino pode ser considerado um soberano cristão pois, como os demais imperadores, nunca renunciou ao título de pontifex maximus. Ademais, ele privilegiou os pagãos nos cargos administrativos e a casa da moeda romana continuou a cunhar moedas mostrando símbolos pagãos.
O mitraísmo sumiu oficialmente em 377 d.C., data em que o imperador cristão Teodósio proibiu todas as religiões diferentes do cristianismo. Pequenos grupos de adeptos continuaram secretamente a prática do culto até o V século quando os bispos desencadearam ásperas perseguições contra os cultos solares. Surpreendentemente a própria Igreja cristã incorporou boa parte das práticas mitraístas como a liturgia do batismo, da crisma, da eucaristia, da páscoa, e a utilização do incenso, das velas, dos sinos, etc. Até as vestimentas usadas pelo clero católico eram extremamente parecidas com as dos sacerdotes de Mitra, como a tiara e a mitra, barretes usados pelos antigos persas.
Se não tivesse sido por uma extravagância do destino, observam divertidos os escritores Knight e Lomas, as modernas famílias devotas iriam para a missa dominical tendo os vidros de seus carros enfeitados por adesivos com a escrita "Mitra te ama". A expressão cristã "Príncipe das Trevas" já fora usada tanto pelos Essênios quanto pelos adoradores de Mitra. Santo Agostino chegou a admitir algum tipo de fusão entre as duas religiões quando reconheceu que os sacerdotes de Mitra adoravam o mesmo Deus em que ele acreditava. Em outras palavras, para ele Mitra e Jesus eram a mesma pessoa!
Os cristãos sempre afirmaram que os adeptos de Mitra copiaram seus ritos, mas já vimos que, na verdade, esse culto solar chegou em Roma pelo menos um século antes dos primeiros apóstolos. Ademais, a imagem da tauroctonia é bem mais antiga que Cristo pois o patrimônio figurativo da glíptica do Império de Akkad (2370-2120 a.C.) documenta cenas de luta entre um deus solar e um touro. No milênio sucessivo, durante o reinado de Shuppiluliuma (cerca 1500 a.C.), num tratado com um soberano hitita é invocada a proteção de duas divindades solares: Mitra e Varuna. Com efeito, somente entre os anos 4000-2000 a.C. o sol nascia, aos equinócios, na constelação do Touro e só naquela época as constelações do Cão Menor, da Hidra (a serpente), do Corvo e do Escorpião se encontravam no Equador celeste. Ocasionalmente um leão e uma taça apareciam na tauroctonia: simbolicamente representavam as constelações do Leão e do Aquário que só se achavam em conjunção com o Sol durante os solstícios na Idade do Touro.
Os antigos astrônomos da Babilónia fizeram precisas observações astronômicas chegando a descobrir que, ano após ano, o sol não despontava sempre no mesmo canto mas o plano equinocial se deslocava lentamente com a "velocidade" de uma constelação em cada 2160 anos. Conseqüentemente o plano equinocial percorre todo o zodíaco em 25.900 anos, um movimento cíclico conhecido como precessão dos equinócios. Nesse sentido a cena de Mitra (representado pela constelação de Perseu) que mata o touro pode ser interpretada como a rotação da abóbada celeste em direção da constelação de Áries, sucessiva à constelação do Touro. Mitra, o sol espiritual que se encontra além da esfera das estrelas fixas, seria portanto a força cósmica capaz de governar o ciclo das estações: a eterna seqüência de outono-primavera, de luz-obscuridão, na espera da vitória final da Luz sobre as trevas, da Vida sobre a morte.

Bibliografia:
Cumont F. "The Mysteries of Mithra", Dover Pubns, ISBN: 0486203239, (2001).
Rittatore Vonwiller F. et al. " Preistoria e Vicino Oriente Antico", UTET, Torino (1969).
Ulansey D. "The Origins of the Mithraic Mysteries: Cosmology and Salvation in the Ancient World", Oxford University Press, Oxford (1991).
Brown P. "The World of the Late Antiquity", Thames & Hudson Ltd., London (1971).
Levi M.A. "L' Impero Romano", UTET, Torino (1971).
Lavigny S. "Decadenza dell' Impero Pagano", Ferni Editore, Ginevra (1973).
Knight C. & Lomas R. "The Hiram Key", ISBN: 8804421436, (1996).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

18º Degrau


A INTOLERÂNCIA AS CRÍTICAS.

        O que para alguns é simplesmente uma forma de conselho, duvida ou  troca de opiniões, para alguns é motivo da mais acirrada discórdia e repulsa e as  vezes até de sentimentos de desconfiança, que por muitas vezes é revestida de ataques camufladamente enrustidos  em histórias que visam exclusivamente atacar a pessoa que criticou algo.
        Mas porque as pessoas agem assim? Quando recebo alguma crítica, mesmo sendo pessoal, procuro refletir se tem fundamento, procurando, se possível, até me colocar no lugar do outro para ver se tem sentido tal crítica, se vejo que a crítica não tem sentido, apenas ignoro e não me permito achar nada de ruim a esta pessoa, principalmente se por ela nutro algum sentimento. A meu ver, vejo nas críticas somente duas vertentes, a construtiva e a destrutiva ou maldosa, mas me parece que essas pessoas só conhecem a crítica maldosa.
         Não vejo com bons olhos uma crítica pessoal, apesar de recebê-las como disse anteriormente, não vejo nelas motivos para a harmonia interpessoal e portanto, não vou me ater a esse assunto.Quero realmente falar de críticas impessoais, aquela crítica que expomos a um amigo, a um parente ou a uma pessoa que julgamos de nossa confiança , sobre uma determinada pessoa, postura, situação ou objeto, nada referente ao nosso interlocutor, mas que infelizmente algumas vezes é interpretado como pessoal e acaba refletindo sobre  nós como uma profunda repulsa, usando de subterfúgios animalescos, filosóficos e algumas vezes até religiosos e pessoais.
         Vejo que um dos motivos principais dessas repulsas  a críticas são as referentes as questões religiosas. Uma crítica a qualquer fato, situação ou objeto religioso, hoje reverte em ataques pessoais, pois a eles, uma pessoa não pode ter pensamento próprio, não pode ter sua liberdade de ser quem é pois o julgam incapaz intelectualmente e moralmente de fazer uma escolha certa, pois qualquer escolha que não seja a deles é considerada errada, pois somente eles são conhecedores da verdade.
         A dita intolerância religiosa na realidade é a necessidade de fazer cumprir leis, ensinamentos, que são na realidade criadas e interpretadas a seu bel prazer, criadas por interesses dos homens e portanto, pouco religiosos.
         Voltando no tempo podemos ver que esta intolerância religiosa é discriminatória e que muitas guerras , genocídios, holocaustos, divisões entre famílias e ódios milenares são cultivados até hoje.
          Agindo dessa maneira, podemos até chegar  a conclusão que algumas religiões são fruto de mentes que anseiam por poder e riqueza somente e que tentam tirar de nós o direito a autogestão espiritual, de podermos  agir e pensar conforme nossas convicções e de avaliarmos por nós mesmos o mundo que vivemos.
          Nos é imposto o medo de ser, de fazer-se ser, de ousar, de arriscar o novo, de pensar, questionar e refletir sobre o que já está estabelecido. Usando-se de Deus algumas religiões nos faz sentir a necessidade de fecharmo-nos em dogmatismos, fundamentalismos e fanatismos, tentando-nos levar( e algumas vezes conseguindo), a um não pensar, condicionando-nos a um pensamento único e repetitivo, levando-nos a uma mentalidade tão estreita que dificilmente conseguiremos nos libertar , visto que o convencimento é que assim teremos uma parte desse Deus para nós.
         Infelizmente os tentáculos da intolerância que são a discriminação e o pré conceito, impedem que observemos de forma desarmada o mundo a nossa volta, exigindo-nos, enquanto adeptos de alguma religião, um posicionamento irrefletido, idealizado em cima do suposto direito de ser o dono absoluto da “verdade única”, indiscutível, intocável e somente a eles pertencente.
          A intolerância religiosa,a meu ver é nada divino, mas, quando passa a ser intra religiosa é revoltante, incoerente e porque não dizer hipócrita. A meu ver , correntes de pensamentos dentro de uma religião podem ter visões diferenciadas e mesmo alguns pontos de vista divergentes, sem com isso perderem a essência da religião, aliás, acho que algumas religiões sobreviveram através dos tempos em virtude dessas divergências pois se atualizaram em certos aspectos.
         Devemos cultivar nossa capacidade  de empatia,de compreensão a alteridade,ou seja de respeito ao próximo, pois como disse Nelson Mandela : “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”

\Ronaldo Telles Costa
21/12/2009
18:32
        

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

17º DEGRAU

                                            Espiritualidade ou Crença?



                Ultimamente tenho me perguntado sobre essas duas vertentes, a espiritualidade e a crença. Há alguns dias atrás, em um churrasaco muito agradável, o anfitrião, um amigo que muito prezo, me perguntou se eu era espiritualista e quando disse a ele que sim, ele imediatamente me perguntou. “– Ronaldo, em que você acredita?” Apesar de responder-lhe imediatamente sobre minha crença me veio a mente a seguinte pergunta – Ué! Tenho que crer em algo para ser espiritualista?.Espiritualidade é sinônimo de crença?
             Fui para minha casa pensando comigo: Espiritualidade é sinônimo de crença? Espiritualidade é sinônimo de crença?... Sendo assim, pensei primeiro em começar pelo radical da palavra espiritualidade , ou seja, espírito. No Aurélio on line encontrei esta definição: “ Parte imaterial do ser humano, a alma”. Bem, sendo eu um ser humano, logo, eu tenho essa parte e se eu creio que tenho essa parte, sou um espiritualista e se sou um espiritualista , logicamente creio em mim e por crer em mim, posso desenvolver-me, ou seja, posso melhorar minha alma, meu espírito.
              Não posso considerar essa antítese espiritualidade-crença, pois ela, para mim, não é real, pois a crença hoje em dia está intimamente ligada a esperança, a fé de se obter algo, de conseguir vantagens materiais, uma crença completamente irrefletida movida exclusivamente por interesses pessoais e na sua maioria ,materias.
             Nosso espírito para se aperfeiçoar, precisa fazer reflexões, comparações, e se tornar uno com a matéria , não podemos deixar dogmas religiosos, ensinamentos tirados de outros ensinamentos, filosofias tiradas de outras filosofias, ou culturas dominantes nos impor a dualidade espírito x matéria. Não podemos perder a verdadeira unidade “realmente sagrada” que existe no ser humano vivo (digo vivo), que é a convivência dinâmica de matéria e espírito entrelaçados e inter-retro-conectados.
            O espírito nos permite provar essa experiência de não dualidade, os Upanishads, da India, dizem: - “ Tu és isso tudo” apontando para o universo, já os yogis, dizem: - “Tu és o todo” , atribuido a Jesus, na bíblia, se diz: “O Reino de Deus está dentro de vós” e por fim, no manuscrito do mar morto, considerado pela igreja como bíblia apócrifa diz: “ Deus está dentro de cada um de nós”.
            Estas afirmações remetem a uma experiência e não a uma doutrina. A experiência é que estamos ligados e religados uns aos outros e todos à “Fonte Originante”. Um fio de energia, de vida e de “ sentido, “ que interliga a todos nós seres humanos vivos. Bem disse Blaise Pascal: -“ Crer em Deus não é pensar em Deus mas sentir Deus “.
           Auscultando a nós mesmos percebemos que emergem de nosso interior apelos de compaixão, de amorização e de identificação com os outros e com o Grande outro, Deus. Dá-se conta de uma presença que sempre nos acampanha, de um centro ao redor do qual se organiza nossa vida interior e a partir do qual se criam nosso sonhos e as significações últimas da vida.   Trata-se de uma energia originária, com o mesmo direito de cidadania que outras energias, como a sexual, a emocional e a intelectual.
          Para ter e alimentar espiritualidade não precisamos professar nenhum credo ou aderir a uma instituição religiosa. A espiritualidade não é monopólio de ninguém, mas se encontra em cada pessoa e em todas as fases da vida. Essa profundidade em nós representa a condição humana espiritual, aquilo que designamos espiritualidade.
         Creio que o juizo fundamentado basicamente no amor, irá prevalecer sobre o juízo fundamentado na relação puramente egoísta e material e que nossa felicidade espiritual está pautada principalmente em fazer o nosso semelhante feliz, pois só assim alcançaremos a plenitude espiritual.

Ronaldo Telles Costa
02-12-2009 – 19:26hs.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO MODERNA – O QUE HAVIA DE ERRADO COM A DO PASSADO?

Até com um caráter jocoso, as questões formuladas abaixo, eram uma realidade há bem pouco tempo, sendo hoje em dia condenadas pelos educadores, psicólogos, terapeutas, mas entendo que devemos analisar fatos, pelos atos, pelas conseqüências, pelos resultados e a bem da verdade, todos que educados à maneira abaixo exposta, e eu me incluo, não formaram anômalos, ou desequilibrados, encontro em pessoas dessa geração e anteriores, seres centrados, dignos, responsáveis, bem formados.Para pensar, repensar, e se divertir também, pois a bem da verdade ilustra uma era áurea que tivemos e que sinto saudades de como foi rica.

Aí estão as questões, vejam se já as escutaram anteriormente:
Minha mãe ensinou a VALORIZAR O SORRISO…
‘ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!’

Minha mãe me ensinou a RETIDÃO.
‘EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!’

Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS…
‘SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!’

Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA…
‘PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?’

Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO…
‘CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VOCÊ$$$ CHORAR!’

Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO…
‘FECHA A BOCA E COME!’

Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO…
‘ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!’

Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA…
‘CALMA!…. QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ..’.

Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS…
‘OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!’

Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO…
‘SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!’

Minha Mãe me ensinou MEDICINA E CIÊNCIA…
‘PÁRA DE FICAR VESGO, MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE.’

Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL E CADEIA ALIMENTAR…
‘SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!’

Minha Mãe me ensinou sobre SEXO…
‘…E COMO VOCÊ ACHA QUE VOCÊ NASCEU?’

Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA…
‘VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!’

Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES…
‘TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?’

Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA COM A EXPERIÊNCIA…
‘QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER.’

Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA…
‘UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO QUE ELES FAÇAM PRA VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!’

Minha mãe me ensinou RELIGIÃO…
‘MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!’

Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ…
‘SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!’

Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO…
‘OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!’

Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO…
‘VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!’

Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRÍLOQUO…
‘NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?’

Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO…
‘EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!’

Minha mãe me ensinou a ESCUTAR ….
‘SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!’

Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS..
‘SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!…’

Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA…
‘JUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!’

Minha mãe me ensinou os NÚMEROS…
VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!’

Brigadão Mãe !!!





Observações:

Isso sim é que era educação. Não conheço um que tenha endoidecido por conta disso.

Postado dia 6 de agosto de 2009 por Klebber S Nascimento

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

16º Degrau

Desprezo ou ignorância?

Acontecimentos, momentos, atos e fatos. Momentos que acontecem em nossas vidas que nos deixam profundamente desapontados e porque não dizer, tristes, profundamente tristes. Às vezes esperamos atitudes de alguma pessoa que nos é muito importante, esperamos na certeza que seremos tratados da mesma maneira que a trataríamos. Quando nós gostamos de alguém, amamos de fato uma pessoa, não queremos magoar ou por em risco um grande sentimento. Deveríamos medir nossas palavras, nossas atitudes, prestarmos mais atenção nas nossas ações, tudo para ter certeza de que não corremos o risco de ferir quem amamos. Como seria bom se fossemos assim.


Infelizmente, não sei se pela vida atribulada das pessoas hoje em dia, infelizmente, as pessoas hoje estão mais preocupadas consigo mesmas do que com os outros. Acho que as vezes não é por mal, acontece mesmo por descuido ou ignorância, pois ainda não aprenderam que somos interdependentes e que o amanhã estar por vir e que poderemos um dia vir a precisar destas pessoas que ignorantemente esquecemos. Richard Bach já escreveu um dia que devemos tomar cuidado ao bater uma porta, pois poderemos querer voltar.


O problema principal, a meu ver é que nem sempre damos conta de que aquela pessoa é diferente das outras, que ela é especial para nós, apenas achamos que ela é mais uma, e que se for embora ou desaparecer não nos fará a mínima diferença. Achamos que com tantas pessoas a nossa volta, porque deveríamos nos preocupar justamente com essa? Vou fazer uma pergunta a você e gostaria que você fosse sincero, pois não precisará responder para mim, somente para você.Será que existe outro alguém que goste de você tão intensamente quanto essa pessoa? Será que ela é tão prescindível assim? Consegue imaginar um amigo mais fiel, mais companheiro, mais honesto com você? Será que pode realmente descartar essa pessoa da sua vida sem sofrer as conseqüências disso?


É muito triste ser verdadeiro com pessoas que não sabem valorizar o que é isso. Muitos pensam que o que passou, passou, esquecem o que fizeram , falaram ou deixaram de fazer, esquecemos que o tempo é implacável e trará luz sobre esses episódios. Não haverá quem deixe de testemunhar a verdade. A vida passa, mas a vida também continua.


Se você está cansado de ser ignorado, dê um basta em tudo isso. Tem gente que só aprende a dar valor para quem merece quando acaba perdendo. Agora, se você foi quem “pisou na bola”, corra. Quem sabe ainda dá tempo de reverter o prejuízo, seja amável e lembre-se sempre, estamos aqui de passagem e as pessoas que nos amam também. Ainda dá tempo corra!!!!
Ronaldo Telles Costa .'. 9/11/2009.





quarta-feira, 14 de outubro de 2009

15º Degrau

 Quero...

"Não quero apenas mais uma loja maçônica.
- Quero uma Loja que seja um Estado de Espírito.
- Quero um centro de solidariedade, onde todos sofram as aflições e comemorem o justo regozijo de cada um.
- Quero um templo (vermelho ou azul), ungido pelo orvalho de Hermon, onde cada irmão possa chorar quando quiser e possa sorrir com os olhos, o coração franqueado à compreensão e à razão, predispostas ao diálogo.
- Quero ver os meus irmãos, todos os dias, ouvir idéias e ouvir críticas às minhas idéias.
- Quero divergir e, assim, convergir no mesmo ideal.

Não quero apenas mais uma loja maçônica.
- Quero uma loja livre, que ajude a libertar.
- Quero uma loja igual, onde todos realmente se igualem.
- Quero uma assembléia onde se possa debater com a liberdade e a simpatia que estão ausentes no mundo profano.
- Quero uma oficina onde todos aprendam juntos a compreender os desígnios do Grande Arquiteto do Universo.

Não desejo apenas uma loja onde prevaleça a vontade de alguns.
- Quero uma loja onde a maioria respeite as convicções da minoria, onde se cultiva a fraternidade sinônima de amor sem condições e perdão sem restrições.
- Quero uma loja dedicada à construção de um templo diverso do templo profano: um templo mais amigo, mais piedoso e sobretudo, mais justo.
Não desejo uma loja de elite, insensível e presunçosa.
- Quero uma pequena comunidade onde todos sejam líderes de suas próprias crenças, onde cada irmão perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que lhes são desculpados os próprios senões.
Não desejo uma loja, onde todos cumpram seus deveres somente porque a lei exige.
- Quero uma loja de cargos simbólicos, onde não haja apenas contribuintes, onde todos venham pelo puro prazer de vir, uma loja que faça parte da vida de cada um, do credo pessoal de cada um, do modo de ser de cada um.

Não desejo uma loja de maçons perfeitos.
Que o Grande Arquiteto do Universo nos livre dos homens perfeitos. Eles nunca erram, porque jamais acertam. Eles nunca odeiam, porque jamais amam.

- Quero uma loja de maçons que mereçam a caridade que fazem a si próprios e ao próximo, porque ninguém é uma pedra polida.

Não desejo uma loja completa.
- Quero uma loja onde não haja erros e acertos, mas que procure em cada vocábulo emitido, o quanto de amor transmite.
- Quero uma loja onde haja equívocos, contradições e, até mesmo, ilusões.
- Quero uma opção de aprimoramento espiritual.

Não quero uma loja de homens ricos.Não quero uma loja com corruptos e oportunistas.
- Quero uma loja onde ninguém se eleve senão pelo trabalho, onde ninguém se acomode, onde todos sejam eternos insatisfeitos.
- Quero uma loja onde o segredo não precise ser jurado e continue segredo. Quero uma oficina humilde e crítica.

Não quero apenas mais uma loja maçônica.

- Quero uma loja de pequenas dimensões e grandes obras, onde, um dia, possa fazer do meu filho, meu irmão."


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Para aqueles que gostam de títulos, pompas e circunstâcias.

Num processo de seleção da Volkswagen, os candidatos deveriam responder à seguinte pergunta: “Você tem experiência?”
A redação a seguir foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele, com certeza, será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma, embora seu nome não tenha sido divulgado.

REDAÇÃO VENCEDORA

Já fiz coceguinhas na minha irmã
só pra ela parar de chorar,
já me queimei brincando com vela.
Já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto,
já conversei com o espelho,
e até já brinquei de ser bruxo.Já quis ser astronauta, violonista,
mágico, caçador e trapezista.Já me escondi atrás da cortina
e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.Já tomei banho de chuva
e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro,
já me cortei fazendo a barba apressado,
já chorei ouvindo música no ônibus.Já tentei esquecer algumas pessoas,
mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas,
já subi em árvore pra roubar fruta,
já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas,
já escrevi no muro da escola,
já chorei sentado no chão do banheiro,
já fugi de casa pra sempre e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando,
já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios,
já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.Já senti medo do escuro,
já tremi de nervoso,
já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua,
já gritei de felicidade,
já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol,
já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção,guardados num baú chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
"Qual sua experiência?"
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência...
Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência?
Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora, gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:
Experiência?
Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?