"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o".

Buda



Reflexão da Semana

A vida só pode ser entendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida olhando-se para frente.

S. Kierkegaard

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

17º DEGRAU

                                            Espiritualidade ou Crença?



                Ultimamente tenho me perguntado sobre essas duas vertentes, a espiritualidade e a crença. Há alguns dias atrás, em um churrasaco muito agradável, o anfitrião, um amigo que muito prezo, me perguntou se eu era espiritualista e quando disse a ele que sim, ele imediatamente me perguntou. “– Ronaldo, em que você acredita?” Apesar de responder-lhe imediatamente sobre minha crença me veio a mente a seguinte pergunta – Ué! Tenho que crer em algo para ser espiritualista?.Espiritualidade é sinônimo de crença?
             Fui para minha casa pensando comigo: Espiritualidade é sinônimo de crença? Espiritualidade é sinônimo de crença?... Sendo assim, pensei primeiro em começar pelo radical da palavra espiritualidade , ou seja, espírito. No Aurélio on line encontrei esta definição: “ Parte imaterial do ser humano, a alma”. Bem, sendo eu um ser humano, logo, eu tenho essa parte e se eu creio que tenho essa parte, sou um espiritualista e se sou um espiritualista , logicamente creio em mim e por crer em mim, posso desenvolver-me, ou seja, posso melhorar minha alma, meu espírito.
              Não posso considerar essa antítese espiritualidade-crença, pois ela, para mim, não é real, pois a crença hoje em dia está intimamente ligada a esperança, a fé de se obter algo, de conseguir vantagens materiais, uma crença completamente irrefletida movida exclusivamente por interesses pessoais e na sua maioria ,materias.
             Nosso espírito para se aperfeiçoar, precisa fazer reflexões, comparações, e se tornar uno com a matéria , não podemos deixar dogmas religiosos, ensinamentos tirados de outros ensinamentos, filosofias tiradas de outras filosofias, ou culturas dominantes nos impor a dualidade espírito x matéria. Não podemos perder a verdadeira unidade “realmente sagrada” que existe no ser humano vivo (digo vivo), que é a convivência dinâmica de matéria e espírito entrelaçados e inter-retro-conectados.
            O espírito nos permite provar essa experiência de não dualidade, os Upanishads, da India, dizem: - “ Tu és isso tudo” apontando para o universo, já os yogis, dizem: - “Tu és o todo” , atribuido a Jesus, na bíblia, se diz: “O Reino de Deus está dentro de vós” e por fim, no manuscrito do mar morto, considerado pela igreja como bíblia apócrifa diz: “ Deus está dentro de cada um de nós”.
            Estas afirmações remetem a uma experiência e não a uma doutrina. A experiência é que estamos ligados e religados uns aos outros e todos à “Fonte Originante”. Um fio de energia, de vida e de “ sentido, “ que interliga a todos nós seres humanos vivos. Bem disse Blaise Pascal: -“ Crer em Deus não é pensar em Deus mas sentir Deus “.
           Auscultando a nós mesmos percebemos que emergem de nosso interior apelos de compaixão, de amorização e de identificação com os outros e com o Grande outro, Deus. Dá-se conta de uma presença que sempre nos acampanha, de um centro ao redor do qual se organiza nossa vida interior e a partir do qual se criam nosso sonhos e as significações últimas da vida.   Trata-se de uma energia originária, com o mesmo direito de cidadania que outras energias, como a sexual, a emocional e a intelectual.
          Para ter e alimentar espiritualidade não precisamos professar nenhum credo ou aderir a uma instituição religiosa. A espiritualidade não é monopólio de ninguém, mas se encontra em cada pessoa e em todas as fases da vida. Essa profundidade em nós representa a condição humana espiritual, aquilo que designamos espiritualidade.
         Creio que o juizo fundamentado basicamente no amor, irá prevalecer sobre o juízo fundamentado na relação puramente egoísta e material e que nossa felicidade espiritual está pautada principalmente em fazer o nosso semelhante feliz, pois só assim alcançaremos a plenitude espiritual.

Ronaldo Telles Costa
02-12-2009 – 19:26hs.

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